30/08/2005

(Re)definir

Falei-te do vento? Já te falei do vento e do vendaval que há em mim? Falei-te das tempestades? Falei-te dos dias cinzentos? Falei-te da chuva? Já te falei da chuva e das lágrimas que me escorrem pelo rosto? Falei-te do céu? Já te falei da grandeza do céu? Da natureza? Das coisas naturais? Falei-te das noites? Da lua? Das estrelas? Já te falei das estrelas que trago amarradas aos olhos? Falei-te do sol? Falei-te do vento? E do vendaval que há em mim? E da chuva? Das lágrimas? Das estrelas que trago nos olhos?
Já te falei de mim? Já te falei da natureza que há em mim? Já te falei da minha grandeza? E da minha pequenez? Falei-te de mim? Dos meus dias cinzentos? Dos meus dias de sol? Das minhas noites com as estrelas nos olhos? Dos dias com as lágrimas na cara?

Falei-te do vendaval que há em mim?
Da confusão. Do turbilhão de cores. De sentidos. Falei-te de sentidos? De cheiros. De sabores. De prazeres. Falei-te de prazeres? De desejos.

Falei-te de mim? Já te falei de mim e do que há em mim? Falei-te de amor? Falei-te de sonhos?

Fala-me de ti… Em tom de brincadeira. Como se uma criança ainda existisse por ai. Como se te acreditasses que falas para uma criança. Fala-me de ti, na pureza das palavras sem significados. Fala-me de ti a rir. Como se fosses uma piada. Como se tivesse piada falares de ti. Como se não fosse uma coisa seria. Fala-me de ti…
E fala-me do mundo. E de sentidos. E de coisas naturais. Fala-me de sonhos. Fala-me em sonhos. E fala-me dos outros e das coisas dos outros. Das anti-naturais. Fala-me devagar. Em tom de brincadeira.
Fala-me de ti, do mundo, dos sentidos, dos sonhos, dos outros. Fala-me de tudo.
Tenho a eternidade para te ouvir…
E tiro desde já os conceitos e as definições. Volto me vazia. Criança pequena. Com desconhecimento total do conhecimento das coisas. E peço-te, estupidamente, que me fales de tudo. Como se fosse a primeira vez que, realmente, falas para alguém. E eu lavo os ouvidos das palavras todas sem significado e encho-me das tuas definições.

Já te falei de mim? Dos sonhos? Da vontade toda de te ouvir? De aprender? De me recriar nas tuas definições? No teu mundo?

Já te falei na vontade de ser tua?

De ser tua… desde sempre e sem conceito.

29/08/2005

O cheiro das cores

Disseram-lhe um dia que as nuvens eram as almofadas dos anjos.

E ela dormia sobre as nuvens…



Dizem que sou menos capaz que os outros. Não sou. A prova disso é que estou aqui. Tenho 19 anos. Tenho os sonhos todos presos nas pontas dos dedos. Sim sou mortal. Sou limitada e um pouco diferente do conceito “normal”.
Bem sei que tenho menos hipóteses na vida, mas não é por falta de capacidade é por falta de meios e de apoio.

Nasci cega. Não é segredo. Vou morrer cega. Não é vergonha.

Tenho 19 anos e tenho consciência de um mundo que não conheço.

Falaram-me de um planeta azul e de uma estrela muito brilhante.
Falaram-me de cores…
Eu falei-lhes de cheiros, de sons, de texturas. Ninguém me percebeu muito bem.
Falaram-me de imagens… de cores…
Perguntei-lhes o cheiro das cores, dissera-me que as flores é que têm cheiro não as cores.
Perguntei-lhes o cheiro do dia, da noite, da lua, da terra…
Só me sabiam dizer cores.

Um dia sentei-me num banco de jardim, atenta a ver o mundo. A ver as suas cores, aquelas que conseguia cheirar.

Percebi o cheiro da terra aquecida pelo Sol, percebi o cheiro frio da lua e da chuva, percebi o cheiro a sal do mar e o cheiro de cada pessoa.

E percebi…


Recomeça

Disseram-lhe um dia que as nuvens eram as almofadas dos anjos.

Cheiravam a sonho…

E ela pintou as nuvens com as cores que aprendeu…

26/08/2005

Faz segredo

Ela queria ser pássaro, ter a alma no vento. Inventar histórias e fazer bonecas. Ela queria voar, descompassada do tempo. Sem tempo. Queria mentir sempre, moldar sempre a realidade e viver no mundo encantado das princesas dos contos de fadas.

Ele queria ser marinheiro, ter a alma no mar. Inventar amores e fazer momentos. Ele queria navegar, perdido da terra. Sem terra. Queria sorrir sempre, moldar sempre a realidade e viver no mundo encantado dos que não têm medo de naufragar.

Eles não marcaram encontro, nem acertaram as horas dos relógios de todo o mundo.
Eles não se procuraram. Não se preocuparam.
Tinham as horas certas pelo coração, pelo compasso da vida.

E houve um dia… Um dia igual. Um dia que não se repete.

Tinha as asas sempre abertas, os olhos no mar.

Tinha as mãos no leme, os olhos no céu.

Tinham tempos diferentes, angústias diferentes. Um sorriso igual de quem é feliz por se inventar.
E houve uma explosão… Uma explosão natural. Uma explosão que não se repete.

Sem enredos de contos de fadas, sem horizontes. Encontraram-se por acaso na hora certa, quando os seus relógios batiam ao mesmo ritmo.
Não trocaram promessas para se quebrarem com o tempo. Não fizeram planos para se iludirem com o futuro.

Ele sonhava poemas de encantar
Ela cantava baixinho poemas de sonhos de encantar para não o acordar.

Houve um dia… Um dia de uma grande explosão.

Os sonhos escaparam-se pelos dedos. Fizeram segredos



Shiuu... Não fales ainda. Faz segredo.

24/08/2005

Se te vejo....

Se te vejo hoje caio, morro, vibro e adoro...
Sim meu amor, chegas hoje e ansiosamente espero o teu beijo, o teu toque, tudo o que sei ser meu mas que me faz tremer as pernas no medo de te perder...
Sim meu amor, hoje é o dia...
Sim meu amor, sei ser para sempre teu mas preciso de te vee para te sentir minha, para te ouvir dizer que me amas....
Sim meu amor, ansiosamente aguardo este infinito fim de dia que nos alcançou( eternos toranja))..
Sim meu amor, esse fim é nosso, um fim onde nos levaremos para sempre juntos...
Sim meu amor, espero ouvir-te dizer que só me queres a mim...
Sim meu amor, sou teu, para sempre, fazendo contigo esse sempre..
Sim meu amor, sou quem ninguém sabe que sou, amante completo e viciado em ti, sabendo que por muito que digam que o joel vai voltar não o vão conseguir porque o joel está aí. CONTIGO...
Sim meu amor........



kiko

10/08/2005

Qualquer parvoíce que escreva aqui é só para dizer que me vou ausentar mais uma vez.

Seja saudade cada passo dado para longe. E seja regresso sincero cada sonho.
Seja medo de te perder cada calafrio. E seja desejo de te ter cada arrepio.
Seja tristeza cada lágrima salgada. E seja alegria cada palavra trocada.

Que seja importante a distancia. Que seja importante o regresso.



Que seja importante a importância de nós nas coisas menos importantes.


Madredeus - Haja o que houver
Haja o que houver
Eu estou aqui
Haja o que houver
espero por ti

Volta no vento ò meu amor
Volta depressa por favor
Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor...

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

Há quanto tempo, já esqueci
Porque fiquei, longe de ti
Cada momento é pior
Volta no vento por favor

Eu sei quem és
pra mim
Haja, o que houver
espero por ti...

09/08/2005

Qualquer coisa indefinida

As luzes dos candeeiros apagaram-se todas e do céu surgiram as estrelas. As casas desapareceram perdidas no horizonte e deram lugar a uma coisa indefinida de cor verde e castanha de uma natureza tal que não o posso definir por palavras inventadas.
Fica então indefinida a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa na indefinição.
Perdi dias para me perder, perdi-me nos meus objectivos e não me cheguei a perder.
Indefinida a minha situação.
A lua não existiu esta semana. O que não me ajudou a distinguir a noite do dia.
Não existiu lua. Nem vento. Nem coisa nenhuma para me distrair na minha indefinição.
Perdi-me a correr no meio de campos secos, de campos verdes, de campos azuis e de nuvens de algodão doce. Não me perdi, já tinha dito que não me perdi. Mas queria perder-me, só um bocadinho. Só que a limitação da perda torna-a inexistente. Logo não me perdi quando só me perdi um bocadinho.

Baralhei tudo e a indefinição passou a ser confusão.
Fica então confusa a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa na confusão.
Sei que não havia casas, nem candeeiros, nem rostos desconhecidos.
Sei que me perdi um bocadinho de mim. Sei que me queria perder mais. Sei que não consigo me perder quando sei que me perco. Não sei por onde andei, nem sei bem porque. Sei que gostava de ter gostado mais.
Não percebo porque não gostei se queria gostar.
Não percebo porque queria gostar se não gostei.
Mas a razão de tudo isto é mais simples do que tudo isto afinal.

E então a confusão passa a ser uma coisa simples
Fica então simples a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa nas coisas simples.
É simples perceber que...
Só não consigo definir as coisas porque a natureza é algo indefinido.
Só são confusas porque faltavas lá tu.
Só se tornam simples quando percebo que por mais que me queira perder no meio de tudo, não me consigo nunca perder de ti.

“Eu trago te comigo
e sinto tanto, tanto a tua falta”

E, afinal, és só qualquer coisa indefinida, de tão natural que és em mim.

05/08/2005

As esperas não se prometem, não s esperam ou repetem. acontecem apenas...
Mas muitos esperam sem nunca alcançar sabendo que essa espera os mantem vivos. O raiar do sol mostra-lhes isso assim como mostra toda a angústia de uma existência tolhida pela não saber se essa espera traz com ela(misturada com um pouco de magia) o alcanse pretendido...
Para quê esperar se te tenho aqui e agora? Para quê esperar se sei seres minha e eu teu?
Pq entendi este texto não ser só pa os que te lêm mas também para mim?
Sabes que me tremem as mãos neste teclado ao escrever em espaço de prosa tao requintada e sensual? sinto-me estranho, sei que não vou corresponder a enorme dose de poesia que engrandece a tua escrita, sei que não vou por letras, frases e texto conseguir faze-los ver um por do sol, uma mãe com sua filha pela mão, um velho d jardim vendo o final dos dias.
Sei que não vou conseguir, que vão correr á procura de um novo comentário d uma gaivota terna e meiga e que se deparam com este. dirão assim meu amor.
engraçado! diferente! audaz qui ça!
pensarão assim..
volta gaivotinha, traz-me o meu por do sol....
respondendo a tua pergunta..
sim. eu espero meu amor


KIKO

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