30/06/2008

Lembras-te de todos os momentos? De todos os beijos? De todas as noites? Lembras-te das tristezas? E das alegrias? Lembras-te das despedidas? Lembras-te dos pesadelos e dos sonhos? Lembras-te das esperas? E dos atrasos? Lembras-te dos abraços?
Lembras-te de todos os dias, de todas as horas, de todos os minutos? Lembras-te de mim? Como eu era? Como nós eramos? Lembras-te de nós quando ainda não existíamos?

Eu lembro-me de ti, de te ver antes de tu me veres. De ouvir conversas de longe para perceber o teu nome. Lembro-me do primeiro beijo. Lembro-me da primeira mensagem. Lembro-me do dia e da hora que me disseste que querias ficar perto de mim. Lembro-me de cada hora que chorei por ti, e de todas as horas que me fizeste rir.
Lembro-me de te virar as costas. Lembro-me de me afastar de ti. Lembro-me de ficar paralisada, à espera que chegasse a hora. A tua hora. A hora de me vires buscar.

E vieste. E o tempo deixou de ser decrescente. Agora conto cada minuto e junto-os aos minutos felizes que fazem parte da minha história. Acertamos as horas e os passos, deixamos de ser desconexos.
Não sei como conseguimos. Não sei se fizemos tudo certo. Não sei se fomos sempre justos. Não sei ao certo se era certo ser assim.

Sei que houve uma hora, num sitio qualquer, que nos cruzamos. E sei que ficamos por lá a inventar histórias. Agora perdemo-nos, como fazíamos antes. Mas já não estamos sozinhos.

Tens me para sempre do teu lado. Em todas as horas, minutos e segundo que me quiseres.
Para sempre...
Pois para sempre é sempre que quisermos.


[Porque eu ainda escrevo cartas de amor]

20/06/2008

Não sabemos muito bem o que fazer com o peso do que carregamos, temos o habito, incorrigível, de amarrar o passado às costas, carrega-lo para o presente e, de preferencia, perpetua-lo no futuro. É natural em nós a falta de força para abrir a mão, para largar o que nos pertence (correcção: o que nos pertenceu).
Mas a vida tem destas partidas, um dia, inevitavelmente, vai nos ser pedido espaço no coração para coisas novas. Saberemos nós arrumar tudo o que já vivemos e, mesmo assim, ter espaço para continuar a viver? Ou será preciso abrir a mão de uma vez por todas e largar definitivamente as coisas que agarramos ao longo dos anos, ou ate as coisas que nos agarraram a nós?
Quando transbordamos, há sempre alguma coisa para deitar borda fora. Aprendemos desde muito novos a distinguir o que nos é essencial e o que não o é assim tanto. Por outro lado aprendemos a não desperdiçar nada, a guardar as coisas velhas no sótão.
Irá haver um dia para arrumações, e nesse dia teremos de abrir mão daquelas coisas velhas.

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