30/07/2009

Só para te lembrar...

Finalmente aprendi a lidar com a tua ausência, não que se tenha tornado mais fácil, simplesmente tornou-se menos doloroso. Hoje aprendi a apreciar as coisas vulgares da vida, aquelas que nunca damos valor. Hoje o Sol tocou-me a pele e aqueceu-me o coração, hoje o vento soprou sobre o meu cabelo e fez me balançar. Tu não estavas cá para me ver a sorrir e, mesmo assim, eu sorri para ti.
Habituei-me de tal forma a ver todos os que amava a partir que estranhei quando te vi voltar. És diferente, sempre o soube. Há em ti algo maior, mais forte.
Sei que não decidiste partir, a vida impôs-nos esta distancia e, mesmo assim permaneces aqui, tão perto, dentro de mim.
Tantas vezes convivi com pessoas que já tinham partido e que, por teimosia, permaneciam ali, ao meu lado, como se houvesse raízes maiores a prender-nos ao chão, tantas vezes fui eu que me ausentei de relações sem futuro e fugi para dentro de mim sem aviso prévio. Contigo foi diferente. Ninguém fugiu sem antes avisar que ia voltar. No dia que partiste para esse lugar distante onde te prendem longe de mim, soube que voltarias. E voltaste. Voltas sempre, todos os dias, de uma forma mais ou menos literal.
Faz-me falta o teu cheiro, o teu sorriso, o teu mau humor matinal. Faz-me falta as tuas piadas, o teu andar. Faz-me falta o teu toque e, o teu respirar perto do meu pescoço. Faz-me falta os teus abraços, os teus beijos. Faz-me falta a tua voz, o som da tua voz a entrar em mim. Alguma vez te disse que quando falas é como se cada palavra tua percorresse todo o meu corpo ate encontrar moradia no meu coração? As coisas importantes ficam para sempre guardadas em nós, mesmo que não sejam para sempre lembradas, elas permanecem lá, no fundo de nós. Tu estás emaranhado em mim. Tu confundes-te com o que eu sou. Eu sou tua e, muitas vezes sou tu. Dói-me as tuas feridas e, alegra-me as tuas vitorias.
Há em nós algo maior que as distancias, há em nós coragem para lutar e, acima de tudo há em cada um de nós um pedaço do outro. Estas em mim. Estou em ti.

Fazes-me falta.

Volta depressa.

15/07/2009






No price is too high to pay for the privilege of owning yourself.
Friedrich Nietzsche



Abre as mãos, larga as amarras dos que não te pertencem, mantém-te são, estável, inabalável. Apaga as memorias que já não são tuas. Não sorrias e não chores. Não sejas quem querias ser, não sejas quem os outros gostariam que fosses, não sejas quem és. Não sejas ninguém. Volta-te de mãos vazias e, principalmente, cheio de espaço entre os braços. Volta-te como ser novo, vazio das coisas sem importância, vazio de histórias, de memorias, vazio de fantasmas. Volta-te como pessoa indefinida, sem conceitos, sem opiniões formadas.
Vais ter espaço entre as mãos para agarrares todas as oportunidade, ter lugar no meio dos braços para fortes abraços, espaço para aprender, espaço para amar. Vais ter espaço para te criares, ao lado de quem quiseres, como se fosse sempre a primeira vez. Vais ser tu, sem barreiras, aventureiro e livre. Vais saber escolher o melhor caminho, a melhor companhia. Vais ser teu e, vais saber dar o melhor de ti. Porque em ti não há nada do que foste, nada do que te fizeram ser. De ti, agora, existe um vazio pronto para preencher, um vazio pronto para recomeçar. Constrói-te, do zero, como se fosse a primeira vez.

(Re)Ergue-te e, começa de novo.
Se pudéssemos não escolheríamos todos começar de novo?

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