09/04/2010

Lados

Fechei as portas, as janelas. Deixei do lado de fora as intrigas, os problemas. Por vezes do lado de dentro é onde está tudo o que procuramos do lado de fora. Por isso, fechei as portas e, as janelas. Virei-me para dentro, Na escuridão do que é (só) meu, encontrei quem és tu. Porque no fim da história estás do lado de dentro, estás em mim, no lado escuro do meu ser.
Não és o dia lá de fora, por onde tantas vezes te procurei. Não és nenhum dos caminhos que percorri, tantas vezes a correr, para te encontrar. Não és luz, nem sombra. Não estás em nenhum local que visitei. Nem tão pouco és noite, ou lua, ou estrelas. Não és nada, nem ninguém, das coisas lá de fora.
Na, estúpida, pressa de te encontrar, não vi que sempre estiveste no lado de dentro.
Por isso hoje fecho as janelas, tranco as portas e na escuridão do meu ser, sou tua. Hoje podemos esquecer o lado de fora, pois é aqui, ao lado de dentro, que pertencemos. No nosso mundo. Meu, teu e dele.

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