Faz-te uma certa confusão a minha excessiva preocupação com a normalidade Parecer normal Alias ser de facto normal Assusta-te um pouco os convenientes As virgulas bem colocadas Os pontos finais colocados com primor no final de cada pensamento Assusta-te o silencio do bom senso E as palavras escolhidas a dedo Detestas as frases que me recuso a proferir e os risos que guardo nos lábios Detestas as revistas de moda em que me prendo de manhã Detestas que me levante no autocarro para dar lugar a alguem Detestas quando digo que sim só para não ir contra a maioria normal Não gostas que me prenda neste perfeccionismo inato Não gostas da anormalidade que me concede a minha normalidade Normalmente ficaria zangada por não me aceitares como sou Por não me achares correcta Ficaria chateada irritada exigiria provas do teu amor e da tua lealdade Aquelas coisas que os normais fazem quando estão ofendidos Eu não me ofendo Porque há dias que posso ser anormal e aceitar só porque me apetece que me aches banal Já nem me importo Já não me fere a alma nem me inunda os olhos Quando dizes coisas que não fazem sentido És tu o anormalmente normal que me acha errada só por querer ser as vezes só mais alguem igual aos outros
Hoje não há ponto final paragrafo nem virgula para retomar o folego
Hoje não há pausas na loucura