Fechava os olhos e concentrava-me. E, na escuridão do meu ser ouvia a música que dava ritmo aos meus passos. Havia pouca luz na sombra do meu destino. Mesmo assim, quando entrava pela porta de casa corria escadas a cima, mesmo sem acender a luz, mesmo de olhos fechados. Havia dias que tropeçava num degrau - sempre o mesmo -, havia dias que os saltava de dois em dois, havia dias que ia a cantar, e uns quantos a chorar. Abria a porta do quarto, que já fazia o mesmo barulho que hoje tanto te irrita, deitava-me na cama de olhos bem abertos e sabia que era a escuridão o meu destino sossegado.
Nunca procurei perceber onde se acendiam as luzes na minha casa. Porque há caminhos que sabemos de cor e outros que não queremos conhecer.
Quando naquele dia de Verão te abri a porta, tinha todas as janelas fechadas, senti-te franzir a testa e sorri. Eras daquelas pessoas que preferem ver o caminho e, por isso te deixei aproximar de mim. Foi a total falta de acordo dos teus sentidos com os meus. Foi a desigualdade do teu ser perante o meu. Eu gosto do escuro, do silencio, do vazio. Tu gostas da claridade, das palavras ditas na altura certa, do abraço apertado.
Não sei como se processou o resto da história, nem quando chegará o seu final. Sei que um dia cheguei a casa, tropecei no degrau de sempre, abri a porta do quarto. Tu esperavas-me no quarto que deixou de ter proprietário individual e passou a ser colectivo. Ao teu lado uma luz ténue, de um candeeiro que eu nunca tinha visto, estava acesa. Parei durante uns segundos, fechei os olhos. Agarraste-me nas mãos, conduziste-me ate a cama.
Nunca procurei perceber onde se acendiam as luzes na minha casa. Porque há caminhos que sabemos de cor e outros que não queremos conhecer.
Quando naquele dia de Verão te abri a porta, tinha todas as janelas fechadas, senti-te franzir a testa e sorri. Eras daquelas pessoas que preferem ver o caminho e, por isso te deixei aproximar de mim. Foi a total falta de acordo dos teus sentidos com os meus. Foi a desigualdade do teu ser perante o meu. Eu gosto do escuro, do silencio, do vazio. Tu gostas da claridade, das palavras ditas na altura certa, do abraço apertado.
Não sei como se processou o resto da história, nem quando chegará o seu final. Sei que um dia cheguei a casa, tropecei no degrau de sempre, abri a porta do quarto. Tu esperavas-me no quarto que deixou de ter proprietário individual e passou a ser colectivo. Ao teu lado uma luz ténue, de um candeeiro que eu nunca tinha visto, estava acesa. Parei durante uns segundos, fechei os olhos. Agarraste-me nas mãos, conduziste-me ate a cama.
- Abre os olhos.
E eu olhei-te pela primeira vez sem sombras.
Deixaste de ser o desconhecido esquisito que questionava as minhas preferências.
Não poderia mais negar a tua existência em mim.
- Queres que apague a luz?
- Quero
Tudo o resto foram movimentos indefinidos do que somos quando estamos juntos. No
silencio da escuridão, os teus lábios acharam os meus.
Quando todas as luzes se apagam, há uma luz dentro de nós.
silencio da escuridão, os teus lábios acharam os meus.
Quando todas as luzes se apagam, há uma luz dentro de nós.
Somos feitos de luz
Que isso, belissimas palavras...
ResponderEliminarJá sou fã do seu blog, parabéns!
;*
Parabéns, muito lindo e tocante o texto, sou sua fã :D
ResponderEliminar(: lindo como sempre =)
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