Se tiveres de partir escolhe um dia de nevoeiro,
ou esconde-te atrás do fumo da fogueira onde queimaremos as cartas que não escrevemos,
as fotografias que não tiramos e os abraços que prometemos (Sim, queimam-se abraços, todos os dias, junto das promessas).
Se tiveres de partir, parte.
Não precisas de desculpa nem motivo, parte só, num silêncio estúpido que eu não perceba.
Parte sem jeito, e com a mesma pressa que chegaste.
Se tiveres de partir, escolhe partir por ti.
E se não souberes escolher o dia deixa que eu escolha por ti.
Parte com a determinação de quem não volta, nem que seja para voltar.
E se ao caminhares para longe te der aquele aperto no coração lembra-te que já partiste e que todos os passos contrários seriam voltar, e tu nunca voltas quando sabes que partiste.
Mesmo que saibas que eu espero e mesmo por saberes que eu espero que voltes.
Não voltes.
E se voltares que não seja para mim, nem por mim, nem por ti porque tu não és egoísta.
Que voltes pelo sol daqui, pelas estrelas que baptizamos, pela lua que pousou nua sobre o mar só para nós.
Que voltes… Mas não fiques.
…Se decidires partir…
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