27/05/2005

Não me arrependo, meu amor, não me arrependo, mas que eu aprendo podes crer que eu aprendo.



Os dias todos iguais, com cheiros sempre diferentes, os olhares todos trocados de quem bebe palavras trazidas pelo vento. As mãos sempre vazias, cansadas de procurar um apoio, sujas de lamber tanto chão, queimadas pelo sol dos dias todos que não foram vividos. As esperas inúteis e apressadas. Tu não voltas…
O chão sempre igual, sem segurança. Frio, húmido e sombrio. E a terra abre-se em fendas despropositadas, em quedas desequilibradas até ao fundo das fendas sem fundo. Em noites sem lua e dias sem sol, em horas apontadas, marcadas, desenhadas para serem vividas da forma que não as vivemos.
O Sol explode no meu olhar, a terra rebenta dentro de mim, a lua arde no alto do céu.
É fogo a agua que há em mim.
É queda cada passo incerto inventado para te encontrar. Tu não voltas…
E se não voltas porque é espera cada segundo que vivo? Porque será que vejo as horas correrem ao contrário? A demência das horas ausentes.

[...]

E ela ficou lá numa rocha qualquer ali encalhada. Olhou o mar e partiu…
A voar…

[...]

Tu não voltas... e eu já não te espero, meu amor.

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