17/12/2004

Do Avesso


E é das cinzas que renasce a Fénix,
Da tristeza que se conhece a alegria,
Do ódio que se valoriza o amor,
É nos desencontros que nos achamos,
É nos pesadelos que sonhamos,
É na escuridão da noite que somos luz;
Como tudo, num mundo ao contrario
O avesso é o nosso fundo,
E vamos bem fundo,
Ao fim do mundo.
Onde nos perdemos para sermos encontrados,
Onde choramos para sermos consolados,
Onde berramos para sermos apaziguados,
Onde renascemos para sermos usados;
Num mundo ao contrario
Onde o avesso é mais perto,
E mais sincero,
Mais certo,
Num mundo de sonhos terríveis,
E pesadelos concebíveis,
Num mundo de tempestades tropicais,
E de chuvas quentes e salgadas,
Num mundo de lágrimas atravessadas;
Como tudo, num mundo ao contrario
O avesso é mais perfeito,
O escuro da luz
Onde me deito no teu peito.

E vamos mais fundo
Ao avesso do mundo,
Ao poço das lamentações,
De aguas lavadas de corações,
De lágrimas salgadas de saudade,
De certo, de verdade!
Caímos bem fundo
No poço,
No fim do mundo.



Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails