22/12/2004

É incrivel como quando se é criança o mundo acaba várias vezes ao dia. E outras tantas (ou talvez mais) recomeça, com um sorriso, um abraço, um beijo.
É incrivel como quando se é criança uma mentira parece o fim e um sorriso é com certeza um principio.

Ontem o meu mundo acabou duas vezes e, por uma só vez renasceu (uma vez que vale todas as vezes)

E ontem ate foi o dia mais pequeno do ano.
É incrivel como nunca acreditei no destino, mas quando, ele, me grita aos ouvidos, me atira pistas para o colo é impossivel fechar os olhos. O destino atirou-se para cima de mim, literalmente. Confesso que a caminhada perde um pouco a graça, mas ao menos o caminho é menos sombrio.

perdi o medo do escuro agora que vejo tudo

Não, não falo em me acomodar, em parar. Muito pelo contratio. falo só em saber para onde ir.
Ontem num dos desabamentos habituais do mundo em cima de mim, tive a exacta sensaçao do que é morrer. O tunel. A luz. A voz. As imagens. (E se morrer é assim, deixem me viver só mais um bocadinho para depois ter mais porque morrer) A verdade é que não estava la Deus nenhum para me receber. Levei um pontape no cu e, mandaram me de volta. Dizem que ainda tenho muito para fazer aqui. Quem diz? Não faço ideia. Se foi deus só sei que tem uma voz feia.

Hoje que as coisas já passaram, (porque ontem não é hoje no maximo será amanha) e hoje que me sinto senhora da razão. Tropecei em mim e cai no chão. mas quando tropeçamos em nós proprios não nos devemos queixar. Achei-me assim num mundo enorme, num lugar qualquer onde sempre achei não estar. Ri-me a brava ontem. E ontem "o meu mundo acabou duas vezes e, por uma só vez renasceu".

E renasceu no teu beijo (Nunca me tinhas beijado assim), quanto tempo foi? alguns eternos segundos... Perdi-me ali, no teu beijo. E foi exactamente onde pensei que me tinha perdido que me achei. Foste sempre tu. estive sempre ali, guardada, dentro de ti. não fazes ideia do que me ri, deitada na minha cama a pensar nas voltas que andei a dar para chegar a ti. Podias ter chamado por mim, podias-me ter acordado dos sonhos onde eu vivia. Mas deixaste-me estar. E por isso agora é mais justo, mais certo, mas sincero.

"Não há passos divergentes para quem se quer encontrar"

Fazes-me bem e, tenho a certeza que vou sentir a tua falta quando fores atras dos teus sonhos, quando me deixares voltar para os meus. É triste começar a espera do fim. Mas eu que ontem vi tudo, com a pontaria certeira de quem morre, sei que só estamos aqui a ganhar forças, ou a gasta-las. Sei que só estamos a curar as feridas, a deixar crescer as penas.
Sei que depois vamos voar e quem sabe se não nos iremos encontrar num desses ceus que são tao nossos...
Sei que agora estou e sou daqui, sei não ser para sempre, por isso guardo o eterno beijo que me deste ontem. Num ontem que não se repetira.

Vais-me fazer falta baixote...

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