A vida trocou-me o passo.
Arrancou-me as transas do cabelo. Tirou-me as sapatilhas e as calças de ganga rasgadas. Fez-me perder as canetas e os papéis.
A vida brinca comigo as escondidas e esconde de mim tudo aquilo que amo.
Tinha poucos anos (tão poucos como agora, ou pouco menos) tinha o cabelo comprido sempre preso numa transa mal feita. Tinha as calças rasgadas de subidas e descidas ao cimo do mundo. Tinha as estrelas nos olhos. A alma na lua. Andava com os olhos presos no céu e com a boca a sussurrar poemas inventados
Troca o passo
Vem o vento
Um abraço
Um abraço
Escondia as mãos nos bolsos. Nos lábios trazia amarrado um sorriso do tamanho do mundo. Uma felicidade de quem não conhece outra coisa. O meu passo sempre demasiado apressado para quem nem sabia ao certo para onde ia. Não sei qual o meu cheiro. Não sei qual a minha marca. Ia murmurando poemas inventados
Vira a esquina
Esquece a vida
Vai em frente
Põe te a deriva
E num daqueles acidentes da vida, trocamos a volta aos deuses, fizemos das nuvens testemunhas e pedimos abrigo a lua. Numa dessas esquinas que cruza os nossos caminhos. Tropeçamos. Encalhamos.
Murmurei-te ao ouvido
Esse cheiro que não é meu
Esse olhar tão teu
É da lua meu amor
É da lua
A transa desfeche. A noite virou dia. O vento levou as nuvens. Comecei a andar mais devagar [ate que deixei de andar]. Tinha os olhos virados para ti. Os meus olhos ficaram fundos sem te ver. Comecei a olhar-me no espelho. Larguei as calças de ganga rotas. Nunca mais subi o mundo. Deixei de escrever. E pouco depois deixei de murmurar.
Perdi-me em ti e, já não me sei achar. Não quero.
Perdi a graça amor
A graça de quem sabe dançar
Sou agora o que a vida me deixou
Troco o passo
Troca o passo
Não fui eu que escolhi o caminho que percorria, não fui eu que te mandei aparecer. A vida escolheu-me para sofrer por ti. Meu amor.
Arrancou-me as transas do cabelo. Tirou-me as sapatilhas e as calças de ganga rasgadas. Fez-me perder as canetas e os papéis.
A vida brinca comigo as escondidas e esconde de mim tudo aquilo que amo.
Tinha poucos anos (tão poucos como agora, ou pouco menos) tinha o cabelo comprido sempre preso numa transa mal feita. Tinha as calças rasgadas de subidas e descidas ao cimo do mundo. Tinha as estrelas nos olhos. A alma na lua. Andava com os olhos presos no céu e com a boca a sussurrar poemas inventados
Troca o passo
Vem o vento
Um abraço
Um abraço
Escondia as mãos nos bolsos. Nos lábios trazia amarrado um sorriso do tamanho do mundo. Uma felicidade de quem não conhece outra coisa. O meu passo sempre demasiado apressado para quem nem sabia ao certo para onde ia. Não sei qual o meu cheiro. Não sei qual a minha marca. Ia murmurando poemas inventados
Vira a esquina
Esquece a vida
Vai em frente
Põe te a deriva
E num daqueles acidentes da vida, trocamos a volta aos deuses, fizemos das nuvens testemunhas e pedimos abrigo a lua. Numa dessas esquinas que cruza os nossos caminhos. Tropeçamos. Encalhamos.
Murmurei-te ao ouvido
Esse cheiro que não é meu
Esse olhar tão teu
É da lua meu amor
É da lua
A transa desfeche. A noite virou dia. O vento levou as nuvens. Comecei a andar mais devagar [ate que deixei de andar]. Tinha os olhos virados para ti. Os meus olhos ficaram fundos sem te ver. Comecei a olhar-me no espelho. Larguei as calças de ganga rotas. Nunca mais subi o mundo. Deixei de escrever. E pouco depois deixei de murmurar.
Perdi-me em ti e, já não me sei achar. Não quero.
Perdi a graça amor
A graça de quem sabe dançar
Sou agora o que a vida me deixou
Troco o passo
Troca o passo
Não fui eu que escolhi o caminho que percorria, não fui eu que te mandei aparecer. A vida escolheu-me para sofrer por ti. Meu amor.
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