22/03/2005

[É uma história de crianças. Uma daquelas histórias que todos vivemos. Tem o céu como horizonte, e o coração como banda sonora.]

Éramos tão pequeninos, assim como dois grãos de areia no meio de um deserto inteiro. O que eu lutei para chegar ate ti. Passei por cima de todos, passei por cima de mim. O meu horizonte eras tu.

Cheguei…

Abriste a porta com um sorriso nos lábios, deixaste me entrar no teu coração. Obrigaste me a entrar… nunca te ensinaram que não se pode aprisionar o amor? O teu coração mantinha me sufocada em ti… o bater do teu coração obrigava o meu a bater ao mesmo ritmo. Eu não queria assim.

Eu não quero assim…

Sempre gostei de ouvir a minha música e dançar ao som da minha voz, sempre gostei de controlar a minha vida desnorteada. Mas tu eras uma âncora pesada. Um peso forte demais para mim.
Eu mexia-me demais, corria demais, era alegre demais, amava-te demais…
Mas e o céu? Tu tapavas me o céu, a lua, as estrelas. Eras tu em cada esquina, em cada sonho, em todos os pensamentos. Acreditas-te agora em mim? Com a dor do pontapé no cu que eu te dei? Foi um pontapé em mim, naquilo que eu era, naquilo que eu não queria ser.
Sei agora, com a certeza certa do fim, que sempre foste tu.

Conheci-te cedo demais… amei-te cedo demais…

Acredites ou não… Sei que seria feliz contigo, hoje e sempre.
Mas não quero, és demais para mim, deixo de ser eu para ser tua… E nunca, meu amor, nunca me vou perder em ti, nunca vou deixar que o meu coração bata pelo teu…
Não quero!

Conheci-te cedo demais… amei-te cedo demais…



Mas eu vou estar sempre aqui... Onde a dor é mais leve e o ar não cheira a ti. Aqui onde a minha banda sonora é o bater do meu coraçao, aqui onde as minhas mãos desenham corações para ninguem ver.
Vou estar sempre aqui a espera de aprender a te amar sem me matar.

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