Ele queria ser marinheiro, ter a alma no mar. Inventar amores e fazer momentos. Ele queria navegar, perdido da terra. Sem terra. Queria sorrir sempre, moldar sempre a realidade e viver no mundo encantado dos que não têm medo de naufragar.
Eles não marcaram encontro, nem acertaram as horas dos relógios de todo o mundo.
Eles não se procuraram. Não se preocuparam.
Tinham as horas certas pelo coração, pelo compasso da vida.
E houve um dia… Um dia igual. Um dia que não se repete.
Tinha as asas sempre abertas, os olhos no mar.
Tinha as mãos no leme, os olhos no céu.
Tinham tempos diferentes, angústias diferentes. Um sorriso igual de quem é feliz por se inventar.
E houve uma explosão… Uma explosão natural. Uma explosão que não se repete.
Sem enredos de contos de fadas, sem horizontes. Encontraram-se por acaso na hora certa, quando os seus relógios batiam ao mesmo ritmo.
Não trocaram promessas para se quebrarem com o tempo. Não fizeram planos para se iludirem com o futuro.
Ele sonhava poemas de encantar
Ela cantava baixinho poemas de sonhos de encantar para não o acordar.
Houve um dia… Um dia de uma grande explosão.
Os sonhos escaparam-se pelos dedos. Fizeram segredos
Shiuu... Não fales ainda. Faz segredo.
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