09/08/2005

Qualquer coisa indefinida

As luzes dos candeeiros apagaram-se todas e do céu surgiram as estrelas. As casas desapareceram perdidas no horizonte e deram lugar a uma coisa indefinida de cor verde e castanha de uma natureza tal que não o posso definir por palavras inventadas.
Fica então indefinida a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa na indefinição.
Perdi dias para me perder, perdi-me nos meus objectivos e não me cheguei a perder.
Indefinida a minha situação.
A lua não existiu esta semana. O que não me ajudou a distinguir a noite do dia.
Não existiu lua. Nem vento. Nem coisa nenhuma para me distrair na minha indefinição.
Perdi-me a correr no meio de campos secos, de campos verdes, de campos azuis e de nuvens de algodão doce. Não me perdi, já tinha dito que não me perdi. Mas queria perder-me, só um bocadinho. Só que a limitação da perda torna-a inexistente. Logo não me perdi quando só me perdi um bocadinho.

Baralhei tudo e a indefinição passou a ser confusão.
Fica então confusa a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa na confusão.
Sei que não havia casas, nem candeeiros, nem rostos desconhecidos.
Sei que me perdi um bocadinho de mim. Sei que me queria perder mais. Sei que não consigo me perder quando sei que me perco. Não sei por onde andei, nem sei bem porque. Sei que gostava de ter gostado mais.
Não percebo porque não gostei se queria gostar.
Não percebo porque queria gostar se não gostei.
Mas a razão de tudo isto é mais simples do que tudo isto afinal.

E então a confusão passa a ser uma coisa simples
Fica então simples a situação que me levou a escrever o texto. Assim seja.

Tudo começa nas coisas simples.
É simples perceber que...
Só não consigo definir as coisas porque a natureza é algo indefinido.
Só são confusas porque faltavas lá tu.
Só se tornam simples quando percebo que por mais que me queira perder no meio de tudo, não me consigo nunca perder de ti.

“Eu trago te comigo
e sinto tanto, tanto a tua falta”

E, afinal, és só qualquer coisa indefinida, de tão natural que és em mim.

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