20/06/2005

Faz de conta...

Às vezes tenho vontade de mandar tudo ao ar. De deitar tudo a perder. De esvaziar os bolsos todos de todas as coisas que conquistei. Às vezes acho que a vida que levo é a vida que criei.

E depois, volta e meia, apareces tu.
Sais dos meus sonhos. Sem pedir. Entras e sais. Achas que a minha alma é tua?
Fazes do meu corpo teu palco. E cantas…

Fazes de conta que sempre estiveste aqui. Fazes de conta que ainda vens a tempo de cumprir todas as promessas que eu já esqueci. Fazes de conta que és meu.

e eu tantas vezes, estúpida, acredito


Fazes de conta que não vais embora. Mesmo quando já me viraste as costas.
Fazes de conta que a culpa é minha. Sempre minha. Que fui eu que não te soube amar.

só não sabe amar quem pelo menos ama


Fazes de conta que a razão é tua. Sempre tua. Só tua. Quando sais a fingir que ficas deixas sempre para trás qualquer coisa para voltares. E voltas sempre.
Fazes de conta que voltas.

Às vezes, quando em noites frias sinto o calor da tua mão, por baixo de uma mesa de café qualquer, sinto vontade de fazer de conta que sou tua. De fazer de conta que não tenho vida. Que não inventei uma outra história para mim onde tu não entras. Tenho vontade de fazer de conta que deito tudo a perder para fazer de conta que fico contigo para sempre.
Às vezes… Às vezes canso-me do faz de conta que é a minha vida e apetece-me acreditar em tudo aquilo que tu fazes de conta que é real.
Como podemos andar tão trocados?
Como nos podemos enganar tanto?
Como nos perdemos, meu amor?



E fazemos de conta que não nos queremos. Fazemos de conta que temos uma vida normal, que somos felizes.
Fazemos de conta que… Fazemos de conta que vivemos.

No dia que fizeres de conta que vais partir para sempre, eu vou fazer de conta que não me vou importar…

E todas as lágrimas que vires, faz de conta que são de quem não as sabe mais guardar.

Já não sei mais fazer de conta que sou aquilo que não quero ser.
Morri no dia em que fiz de conta que não te queria mais.

Toranja - Contos
Não posso ser só eu a dar sentido à razão
Vais ter que vir tu e arrancar-me a escuridão
É que ás vezes quem vence fica sempre a perder
Vamos deixar de usar armas no que queremos ser.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Sem mais Contos de embalar.

Não podes ser só tu a dar sentido ao buraco
Se não te queres lembrar do que sentiste no fundo
Agora tens que vir tu saciar-me os segredos
Porque é fácil de mais o que me queres vender.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Sem mais Contos de embalar.

Mas tens que escrever quem vês em mim
Vais ter que contar quanto dás por nós
Vais ter que despir o que tenho a mais
Por ver sempre tudo a desconstruir
Por cima da raiz que nunca sai
Que volta a crescer por não parar

Que volta a crescer por ser maior
Voltou a crescer sem avisar!
Sem mais Contos de embalar.

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