És um rapaz ocupado, trabalhas de segunda a sabado ate à meia noite. Dormes ate tarde. E passas a tarde a brincar com as meninas que te vão passando pela vida. Tenho o privilegio de não ter passado. Sou uma marca presente, talvez eterna.
Criamos uma amizade infantil, cheia de manhas e jogos de sedução. Alimentamos um sentimento que não queremos perceber porque isso estragaria a piada da brincadeira. Não vamos passar daqui, não queremos passar daqui.
Temos uma necessidade, estupida, de nos mantermos sempre perto um do outro. Quando não estas muito ocupado no trabalho lá arranjas tempo de me mandar uma mensagem a relatar-me quantos pratos já lavaste, quantas pizzas ja serviste. Enches-me o telemovel com as letras das músicas que são pedaços de ti, pedaços de nós. Nunca ficas sem resposta. Não te sei ignorar, nem quero.
Raramente sou eu a primeira a mandar mensagem [hoje vou ser...] corro o risco de não ter resposta, corro o risco de não dormir, a espera de resposta. O mal é que não devemos nada um ao outro. Não te posso exigir atenção, nem te pedir que estejas sempre pronto para me responder. Temos, normalmente, a leviandade de dizer Estou sempre aqui, para ti é uma quase verdade que nos deixa bem.
Quando estas mais ocupado, passas a noite sem me mandar mensagens. Mas eu sei que quando chegares a casa, ao conforto seguro da tua cama, não vais pensar numa dessas meninas que te faz parecer uns dez anos mais novo, vais-te deitar, apagar a luz, pegar no telemovel e mandar uma mensagem para mim.
Porque sou eu, está que tu chamas de amiga, que te acalma a alma e te pinta os sonhos.
...E eu fico acordade ate a essa hora [normalmente uma hora da manhã] ate o meu telemovel acender a luz e eu ler uma mensagem tua. Diz sempre o mesmo, o suficiente para poder dormir sossegada.
Boa noite princesa
(...)
Boa noite querido